Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul

07/01/2024 | Press release | Distributed by Public on 07/01/2024 14:40

Avaliação da safra é tema de reunião da Câmara Setorial do Tabaco

Avaliação da safra é tema de reunião da Câmara Setorial do Tabaco

Publicação: 01/07/2024 às 17h27min

[Link] Reunião da Câmara Setorial do Tabaco contou com presença do secretário Clair Kuhn (no centro) na abertura - Foto: Eduardo Patron/Ascom Seapi
Por Maria Alice Lussani

Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, de forma virtual, nesta segunda-feira (01/07), debateu os números da produção de tabaco na safra 2023/2024 e as perdas do setor pelas enchentes de maio no período de calamidade climática no Rio Grande do Sul.

O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, deu as boas-vindas aos produtores e destacou a importância da cadeia produtiva do tabaco para o estado do Rio Grande do Sul. Ele falou da necessidade de que os produtores estejam alertas aos eventos climáticos, porque existe uma previsão de poucas chuvas e um período curto de estiagem ali na frente. "Lembro do Programa de Irrigação Supera Estiagem lançado pelo governo, que incluiu os fumicultores gaúchos como possíveis beneficiários", disse ele.

O diretor da Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra) e coordenador da Câmara Setorial, Romeu Schneider, apresentou uma avaliação dos resultados da safra 2023/2024 no Rio Grande do Sul. Os números ainda estão sendo finalizados, mas o que se tem até o momento é um aumento da área plantada de 7, 07%, totalizando 125.996 hectares, e de número de famílias, passando de 64.761 para 68.582, aumento de 5,90%.

Apesar da área ter aumentado, a produção tem estimativa de queda de 14,38%, totalizando 219.992 toneladas contra 256.947 toneladas na safra 2022/2023. E a produtividade deve ficar em 1.746 kg/há, uma redução de 20,05% em relação à safra anterior.

Segundo Romeu Schneider, esta redução é em consequência do excesso de chuvas no período. Mas ele destaca o aumento no preço pago ao produtor. Os valores chegaram a subir quase 40% do início para o final do período de comercialização, e o faturamento, a nível de produtor, teve um aumento de 13,64% chegando a 5,2 bilhões de reais. Segundo Schneider, "normalmente quando a remuneração ao produtor é muito expressiva em uma safra, tem aumento de área, o que pode causar excesso de oferta".

Atualmente, dos 1191 municípios dos três estados do Sul, 509 produziram tabaco na safra 2023/2024. Destes, 201 municípios estão no Rio Grande do Sul.

[Link] Reunião virtual da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco Indenizações por granizo

Os valores em indenizações por conta do granizo na região sul do país chegaram nesta safra a 36.576 atendimentos, num total de R$ 216 milhões, aumento de 20,46% em relação à safra anterior, quando os valores pagos chegaram a R$ 179 milhões. Segundo o diretor da Afubra, "é importante lembrar que a grande maioria dos produtores faz a inscrição no seguro para ter a garantia de ter parte da receita de volta em casos de perdas por granizo".

Os dados da enchente

"Felizmente, tivemos uma coisa totalmente atípica nesta safra 23/24. Normalmente, as compras do produto acontecem até julho, só que neste ano devido a uma safra menor e um preço alto pago ao produtor, ela se deu no final de abril", destacou Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Por isso, as perdas pelas enchentes não foram tão significativas na cultura.

O SindiTabaco fez um levantamento sobre os prejuízos causados pela calamidade climática do mês de maio. Os dados apresentados mostram que 1.929 propriedades rurais de fumicultores foram atingidas pelas cheias em 75 municípios. Em termos de produtores afetados se destacam Candelária, onde 214 produtores tiveram prejuízos, seguida de Agudo (136), Barros Cassal (132) e Venâncio Aires (116). Considerando a valoração estimada das perdas, os dez municípios mais prejudicados foram Venâncio Aires (R$ 18,3 milhões), Candelária (R$ 16,52 milhões), Agudo (R$ 6,35 milhões). No total, os prejuízos calculados no setor chegam a R$ 95 milhões.

Além disso, foram perdidos 2.070 canteiros, 1.428 hectares [terra agricultável], 285 toneladas de fertilizantes e a estimativa de perda de produção na safra 2024/25 é de 848 toneladas. O levantamento também demonstrou que 96% dos produtores que foram atingidos pretendem seguir produzindo tabaco. Veja aqui o levantamento.

Iro Schünke informou que as indústrias estão apoiando um grande número de funcionários que tiveram perdas pelas cheias, bem como os fumicultores, com a distribuição de kits com insumos para o plantio. Mas entende que políticas públicas serão necessárias para atender emergencialmente os produtores, especialmente no acesso a linhas de crédito para a manutenção e construção de residências, estufas e galpões.

A reunião contou com a participação de: Afubra, SindiTabaco, Defesa Civil de Canguçu, Federação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Fumo e Afins (Fentifumo), Emater, Receita Estadual, IBGE e Seapi.

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