12/05/2024 | News release | Archived content
No contexto do Dia Mundial do Solo, a FAO alerta que as perdas econômicas devido à degradação dos solos são estimadas em USD 60 bilhões anuais e destaca que a gestão sustentável é fundamental para enfrentar esse desafio e garantir a segurança alimentar
Em 5 de dezembro, celebra-se o Dia Mundial do Solo sob o lema "Cuidar dos solos: medir, monitorar, gerir", uma data para refletir sobre a importância desse recurso finito, essencial para a produção, conservação e segurança alimentar.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indica que 75% dos solos na América Latina e no Caribe apresentam problemas de degradação, gerando perdas que podem chegar a USD 60 bilhões por ano.
"Os solos são o maior filtro de água do planeta, contêm mais carbono do que toda a vegetação do mundo e abrigam uma enorme diversidade de organismos cruciais, como bactérias e fungos, que desempenham um papel vital na decomposição da matéria orgânica, liberando nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Essa rede intrincada de interações promove a saúde geral e a produtividade dos ecossistemas terrestres", explica Ana Posas, Oficial de Agricultura da FAO.
Segundo dados da FAO, os solos da América Latina e do Caribe têm o potencial de contribuir para a captura de carbono global, podendo mitigar entre 12% e 48% do total líquido regional de emissões de gases de efeito estufa.
"Estima-se que a formação de um solo saudável, adequado para a produção agrícola, possa levar entre três mil e 12 mil anos. Por isso, precisamos compreender que o manejo sustentável dos solos é a base para a segurança alimentar, a resiliência e a adaptação às mudanças climáticas", acrescentou a especialista.
Iniciativas regionais
A FAO implementa a iniciativa de recarbonização de solos (RECSOIL), que busca melhorar a saúde do solo por meio da devolução de carbono orgânico, com projetos-piloto no México, para cultivos de milho, limão e agave, e na Costa Rica, com um sistema de recompensas para agricultores que adotam práticas de manejo sustentável de solos.
Outra iniciativa é o projeto SOILFER, que visa mapear os solos para sistemas agroalimentares resilientes na América Central, recuperando sua riqueza e produtividade em um contexto de crise de fertilizantes e mudanças climáticas.
No Caribe, o projeto SOILCARE trabalha para estabelecer um ambiente favorável à gestão sustentável, restaurando terras degradadas para melhorar a segurança alimentar.
A Rede Latino-Americana de Laboratórios de Solos (LATSOLAN) reúne laboratórios da região para promover ações concretas de melhoria da capacidade analítica, envolvendo 230 instituições de 23 países da América Latina e Caribe, com foco em inovação e tecnologia.
Além disso, foi implementado o Protocolo de Avaliação do Manejo Sustentável de Solos promovido pela FAO, que avalia a sustentabilidade das práticas agrícolas. O protocolo já está em uso em oito países: Argentina, Costa Rica, Chile, Colômbia, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Uruguai. Essa ferramenta permite ajustar estratégias agrícolas com base em dados, promovendo práticas mais sustentáveis e resilientes.
Outro destaque é o Programa Global de Médicos dos Solos, baseado no sistema de Escolas de Campo para Agricultores da FAO. Este programa já capacitou cerca de 10.000 agricultores em países como Antígua e Barbuda, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, México, Santa Lúcia e Venezuela.
Nos esforços para integrar a gestão de solos à agenda climática, a FAO trabalha em conjunto com a Plataforma de Ação Climática na Agricultura da América Latina e Caribe (PLACA) e a Aliança pelo Solo (ASLAC), desenvolvendo uma agenda de capacitação e conhecimento para avançar na governança e ação climática na região.
A FAO promove a gestão sustentável dos solos como parte de sua visão para uma Melhor Produção, Melhor Meio Ambiente, Melhor Nutrição e uma Vida Melhor, sem deixar ninguém para trás.