09/26/2024 | Press release | Distributed by Public on 09/27/2024 08:39
Em quase um ano, mais de 130 jornalistas foram mortos pelas forças israelenses em Gaza. Para homenageá-los e exigir a proteção dos jornalistas palestinos, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) organizará operações de impacto em dez países ao redor do mundo no dia 26 de setembro.
Na quinta-feira, 26 de setembro, a RSF lança uma série de operações de impacto em todo o mundo para prestar homenagem aos jornalistas mortos em Gaza. Desde o início da guerra, o exército israelense matou mais de 130 jornalistas no enclave palestino, incluindo pelo menos 32 no exercício das suas funções. Essa campanha global de comunicação e sensibilização da RSF visa alertar a opinião pública para a gravidade da situação: ao ritmo em que jornalistas estão sendo assassinados, o direito à informação livre e independente está em perigo.
Ações simbólicas ocorrerão o dia todo em dez países ao redor do mundo: Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Reino Unido, Senegal, Suíça, Taiwan e Tunísia.As ações acontecerão em lugares emblemáticos de cada um desses países, como a Praça da Liberdade em Taipei, em frente ao Big Ben em Londres, em frente ao Monumento do Renascimento Africano em Dakar, ou em frente à Torre Eiffel em Paris. No Brasil, a organização fará uma instalação representando os corpos dos jornalistas assassinados na Praia de Botafogo (RJ), com o Pão de Açúcar ao fundo. Uma mesma mensagem estará escrita em grandes banners que acompanharão as ações: "No ritmo em que os jornalistas estão sendo mortos em Gaza, logo não haverá mais ninguém para te manter informado".
"O massacre de jornalistas em Gaza deve parar. A eliminação pelo exército israelense de jornalistas de Gaza, mais de 130 em menos de um ano, corre o risco de impor um apagão total dos meios de comunicação no enclave sitiado. Esses ataques não visam apenas a imprensa na Palestina, mas também o direito do público em todo o mundo de receber informação fiável - livre, independente e pluralista - de uma das zonas de conflito mais atentamente observadas no mundo. Exigimos a proteção dos jornalistas em Gaza, o fim da impunidade e a abertura da Faixa aos jornalistas estrangeiros. Trata-se do nosso direito à informação."
RSF luta pela proteção dos jornalistas em Gaza
A RSF apresentou quatro queixas ao Tribunal Penal Internacional (TPI)por crimes de guerra cometidos contra jornalistas em Gaza. Após a apresentação de duas queixas em novembro e dezembro, o gabinete do procurador Karim Khan garantiu à organizaçãoque os crimes contra jornalistas estão incluídos na sua investigação sobre a Palestina.
A RSF também uniu forças com a organização local Arab Reporters for Investigative Journalism(ARIJ) para apoiar mais de 250 jornalistasque trabalham para meios de comunicação locais e internacionais em Gaza. Apoio que permitiu, por exemplo, fornecer abrigo e equipamentos aos repórteres para que pudessem continuar com a sua missão de informar.
A organização também continua a pedir pelo fim do massacre de jornalistasem Gaza, apelando pelo fim do bloqueioque impede que jornalistas entrem e saiam do território sitiado, ao mesmo tempo que documentam crimes cometidos contra profissionais da mídia.
Além disso, a fim de fornecer aos jornalistas e meios de comunicação da região, que cobrem sobretudo a guerra em Gaza, o equipamento, a assistência e os recursos necessários para continuar a sua missão de informar da forma mais segura possível, a RSF abriu um centro regional para a liberdade de imprensa em Beirute, Líbano.