Angola tem capacidade para produzir carne de frango e ovos

O país dispõe de infra-estruturas "relativamente boas" e suficientes para produzir carne de frango e ovos, sem recorrer à importação.

A informação foi avançada pelo secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João da Cunha, esta segunda-feira, 9 de Setembro, no final do encontro entre a Equipa Económica do Executivo e a Associação Nacional dos Avicultores de Angola (ANAVI), presidido pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

O encontro serviu para rever um conjunto de preocupações que têm afectado o sector, com objectivo de encontrar soluções conjuntas para se ultrapassar as dificuldades.

O secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária reconheceu que, apesar da capacidade instalada ser considerável, a actual produção anual de aves é apenas de 10 mil toneladas.

"As nossas necessidades estão estimadas em cerca de 300 mil toneladas, e só estamos a produzir 10 mil toneladas, o que significa que a margem de progressão é bastante grande para o nosso sector empresarial", afirmou o secretário de Estado.

Sobre o défice do milho e soja, produtos essenciais para a produção de ração, João da Cunha garantiu que o Governo já tomou medidas para colmatar esta lacuna, através da importação de grãos a curto prazo.

"Concluímos que há, de facto, algum défice em termos de disponibilidade de grãos, nomeadamente milho e soja, para a produção de ração. Neste sentido, numa primeira fase, e num período bastante curto, procederemos à importação de grãos, com vista a transformá-los no país", explicou.

João da Cunha destacou também o esforço do Executivo para aumentar a produção de grãos e ração no país, mencionando a antecipação na aquisição de fertilizantes, com mais de 40 mil toneladas já distribuídas pelas províncias.

Espera-se que mais 250 mil toneladas cheguem brevemente, para reforçar a produção nacional, acrescentou, sublinhando que Governo tem implementado várias iniciativas no sector agrícola, com um crescimento anual de 5 a 6 por cento registado recentemente.

Além disso, João da Cunha, afirmou que programas como o Planagrão têm contribuído para o aumento da produção de arroz, trigo, milho e soja.

Segundo o secretário de Estado, o Governo mantém o seu compromisso com a diversificação da economia e a segurança alimentar, e considera essencial a cooperação entre o sector empresarial e os produtores agrícolas para alcançar os objectivos traçados.

Por sua vez, o presidente da Associação Nacional dos Avicultores (ANAVI), Rui Santos, salientou que o Governo comprometeu-se a encontrar uma solução para a preocupação exposta pela associação, que se prende com os insumos necessários para a produção de carne de frango.

"De facto, vamos ultrapassar os custos de mercado que temos sobre os insumos, particularmente o milho e a soja, e certamente que nós também deixámos o nosso compromisso indelével de que, se assim for, teremos a substituição das importações a curto prazo", afirmou.

O presidente da ANAVI referiu que, actualmente, a organização está numa fase de reestruturação que passa pela realização de um novo censo para identificar o número actual de produtores e a sua capacidade produtiva.

Já para Jamir Baptista, representante da empresa Nova Fumetal, produtora de equipamentos de desenvolvimento de avicultura, considerou a reunião produtiva e indicou a escassez de ração como o principal obstáculo à produção massiva de carne de frango.

"O compromisso com que saímos daqui hoje, foi de que o Executivo percebeu este nosso grande clamor e vai apoiar directamente na disponibilização de recursos, para que consigamos ter uma ração competitiva, o que nos permitirá produzir frango em quantidade e com qualidade para Angola", afirmou.

Jamir Baptista reforçou ainda que a ANAVI e o Governo concordaram sobre a importância de valorizar a produção local, criando condições para que o sector avícola possa aumentar significativamente a sua produção e abastecer o mercado nacional com frango de qualidade.

O representante da empresa Nova Fumetal também destacou o apoio do Executivo às fábricas de produção de ração e matadouros modulares, essenciais para o sucesso da cadeia de produção de frango no país.

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