IDB - Inter-American Development Bank

10/30/2024 | Press release | Distributed by Public on 10/30/2024 13:53

Ministros das Finanças da América Latina e Caribe trabalharão para a biodiversidade

Cali, COLÔMBIA - Os membros da Plataforma Regional de Mudança Climática de Ministérios da Fazenda, Economia e Finanças da América Latina e Caribe anunciaram a criação de um novo grupo de trabalho para apoiar a integração da conservação da biodiversidade em políticas fiscais e financeiras em toda a região. Isso marca a primeira vez em que ministérios das finanças da região estão alinhando forças para promover um avanço na agenda da biodiversidade. Ministros e representantes da Plataforma Regional fizeram o anúncio durante um evento da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade 2024 (COP16).

O objetivo do novo grupo de trabalho, que será presidido pelo Uruguai e Belize, é estabelecer as bases para que todos os membros da Plataforma possam aprender juntos e ampliar o alcance de seu trabalho referente à biodiversidade. Mais especificamente, o grupo procurará construir uma agenda de política fiscal para biodiversidade e capital natural e estudar casos de mensurações do capital natural na região por uma perspectiva de risco fiscal.

"Ministros das finanças podem ser aliados poderosos na luta para proteger o rico patrimônio natural da região. Com a ação climática no primeiro plano, precisamos agora expandir nosso foco para salvaguardar as inúmeras espécies e ecossistemas que tornam nossos países únicos", disse o vice-presidente executivo do BID, Jordan Schwartz. "O BID está trabalhando para transformar essa visão em realidade, unindo governos, empresas e a comunidade financeira para investir na natureza e cobrir as lacunas de financiamento. Juntos, podemos construir economias que não só mantenham a nossa riqueza natural, mas a valorizem e a ajudem a prosperar", disse Schwartz.

Os Ministérios das Finanças têm a oportunidade de valorizar a contribuição da natureza para o crescimento económico e o bem-estar social. Devemos incorporar variáveis ​​ambientais e de biodiversidade na política fiscal e avançar na transição para economias sustentáveis ​​com fontes de energia limpas para ajudar a curar a pegada ambiental que criámos," disse Ricaro Bonilla, Ministro de Fazenda e Crédito Público da Colômbia e presidente pro tempore da plataforma. "A Plataforma Regional será essencial para identificar os progressos e desafios da nossa região e promover uma agenda fiscal que aborde a crise climática e a perda de biodiversidade," disse.

A América Latina e o Caribe são uma potência natural, lar de 40% da biodiversidade do planeta, que desempenha um papel crucial em seu desenvolvimento e provê diretamente o sustento de suas populações. No entanto, a ALC é a região que experimenta o declínio mais rápido da biodiversidade causado por atividades humanas, um processo agravado pela mudança climática. Soma-se a isso uma lacuna estimada de financiamento da biodiversidade de US$ 600 bilhões a US$ 800 bilhões a cada ano.

Cerca de 20% dos empregos da região dependem fortemente de serviços de ecossistema, com uma porção significativa desses ocupados por populações vulneráveis, como seus 42 milhões de habitantes indígenas. Aproximadamente 12% do valor econômico da região vem de setores altamente dependentes da natureza.

Sobre a Plataforma

A Plataforma Regional de Mudança Climática de Ministérios da Fazenda, Economia e Finanças da América Latina e Caribe visa a fortalecer o diálogo regional em torno de preocupações compartilhadas em questões climáticas e facilitar o intercâmbio de experiências no desenvolvimento e implementação de políticas climáticas com um foco fiscal e econômico.

Busca também construir uma rede de colaboração regional que proporcione a assistência técnica necessária para cada país avançar na implementação de seus objetivos de clima e de desenvolvimento de acordo com suas próprias necessidades e prioridades. Estabelecida em agosto de 2022 com apoio do BID, a Plataforma é constituída e gerida pelos 26 países membros regionais do Banco, que são responsáveis por mais de 98% das emissões de gases de efeito estufa e mais de 90% do PIB da América Latina e Caribe.