10/28/2024 | Press release | Archived content
Portugal · 28 outubro 2024 · 3 Min
AKDN / Luis Filipe Catarino
O Príncipe Rahim Aga Khan dirige-se aos convidados no Diwan do Ismaili Imamat em Lisboa, a 28 de Outubro de 2024.<_o3a_p>
AKDN / Luis Filipe Catarino
Safet Orucevic, Diretor do Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica de Mostar, discursa no Diwan do Ismaili Imamat em Lisboa.<_o3a_p>
AKDN / Luis Filipe Catarino
O Prémio Vínculos de Paz de Mostar é atribuído a indivíduos que tenham contribuído para a paz e a cooperação multiétnica em várias áreas e de diferentes formas.<_o3a_p>
AKDN / Luis Filipe Catarino
O Príncipe Rahim Aga Khan e Safet Orucevic, Diretor do Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica de Mostar.<_o3a_p>
AKDN / Luis Filipe Catarino
Lisboa, Portugal, 28 de Outubro de 2024- O Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica de Mostar homenageou hoje Sua Alteza o Aga Khan com a atribuição do seu Prémio Vínculos de Paz.
O Prémio Vínculos de Paz foi criado em 2004 para distinguir indivíduos e organizações que demonstrem um forte compromisso para com a paz, a cooperação e a compreensão em todo o mundo. Entre os distinguidos em anos anteriores figuram Nelson Mandela, Mohamed ElBaradei e António Guterres.
"Toda a vida de Sua Alteza tem sido dedicada a uma missão humanitária de preservação dos mais altos valores de humanidade", disse Safet Orucevic, Diretor do Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica de Mostar e ex-presidente do município de Mostar entre 1994 e 2001. "Este prémio é um gesto simbólico da nossa gratidão pelo seu apoio à nossa cidade e à nossa população durante tempos muito conturbados."
O Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica também atribuiu a Carta da Paz de Mostar ao Fundo Aga Khan para a Cultura (AKTC) pelas suas obras de restauro levada a cabo em Mostar entre 1998 e 2004.
O Príncipe Rahim Aga Khan aceitou os prémios em nome do seu pai, Sua Alteza o Aga Khan, numa cerimónia no Diwan do Ismaili Imamat em Lisboa.
Os prémios são concedidos todos os anos para assinalar o aniversário da reconstrução de Stari Most, a ponte otomana do século XVI que liga as duas partes da cidade de Mostar, na Bósnia e Herzegovina. A ponte é um excelente exemplo da arquitetura islâmica dos Balcãs. Foi encomendada por Solimão, o Magnífico, em 1557, e projetada por Mimar Hayruddin, estudante e aprendiz do famoso arquiteto Mimar Sinan.
Depois de ter sido destruída durante a guerra croata-bosníaca de 1992-1995, foi formada uma coligação para reconstruir a ponte, composta pela UNESCO, pelo Banco Mundial e pelo Fundo Mundial de Monumentos, que também se associou ao AKTC para supervisionar o restauro do centro histórico da cidade de Mostar.
"O AKTC trabalhou num plano detalhado de conservação e desenvolvimento para a cidade velha", explicou o Príncipe Rahim. "Realizou obras de conservação em quatro edifícios históricos nos bairros que flanqueiam o complexo da Ponte Velha em ambas as margens do Rio Neretva, num esforço de recuperação da sua integridade física e operacional. Juntamente com a Ponte Velha, estas estruturas formam uma parte integrante e essencial da paisagem urbana histórica de Mostar, promovendo a paz, a estabilidade e o desenvolvimento."
O projeto culminou com a inclusão de Mostar na lista do Património Mundial da UNESCO. Atualmente, a ponte Stari Most e a cidade de Mostar são símbolos poderosos de paz e tolerância, representando a resiliência das comunidades e o seu compromisso em recuperar os vínculos entre grupos culturais e religiosos.
"Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa desse espírito de pluralismo e inclusão incorporado na reconstrução da Ponte de Mostar, da qual estamos orgulhosos de feito parte", disse o Príncipe Rahim. "Os Prémios que hoje nos são conferidos são um incentivo que recebemos de bom grado para continuarmos a trabalhar em prol da paz entre as comunidades em diferentes partes do mundo que partilham o valor inabalável do pluralismo."
O Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica de Mostar criou um prémio em 2004 para homenagear aqueles que contribuem para aproximar civilizações e culturas. Os fundadores do prémio reconhecem a existência da teoria do "choque de civilizações" e ao facto de que esses conflitos ocorrem ocasionalmente em todo o mundo. No entanto, eles acreditam que estes conflitos não são inevitáveis. O Centro para a Paz e a Cooperação Multiétnica procura inspirar os esforços daqueles que enfrentam este tipo de conflitos através do seu trabalho e das suas atitudes.
O prémio tem por base as dolorosas experiências e desafios que a cidade de Mostar teve de enfrentar no final do século XX. Será concedido todos os anos a "contribuições para o avanço da civilização" levadas a cabo por indivíduos de diversas origens, incluindo trabalhadores sociais e culturais, políticos, escritores, publicitários e outros que tenham contribuído para a paz e a cooperação multiétnica em várias áreas e de diferentes formas.
Estamos unidos na luta global pela paz que, apesar de tudo, não tem alternativa. Os nossos objetivos comuns devem passar pela reconciliação e a coexistência de diferentes culturas, religiões e raças. Acreditamos que, através do diálogo, do respeito mútuo e da compreensão partilhada, podemos construir um futuro em que a diversidade seja celebrada e a paz seja sustentada através de todas as fronteiras.