IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

02/27/2024 | News release | Distributed by Public on 02/27/2024 05:52

Ibama. PF e MRE fazem ação conjunta para repatriação de animais silvestres encontrados na África

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Ibama. PF e MRE fazem ação conjunta para repatriação de animais silvestres encontrados na África

Micos-leões-dourados e araras-azuis-de-lear foram localizados em Togo, na África; animais são endêmicos do território brasileiro e encontram-se na lista de espécies ameaçadas.

Brasília (27/02/2024) - Um trabalho integrado para a repatriação de 12 araras-azuis-de-lear e 17 micos-leões-dourados, apreendidos em Togo, foi realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Federal, com apoio do Ministério das Relações Exteriores. O tráfico dos animais está sob investigação, a fim de identificar todos os responsáveis envolvidos nessa prática criminosa.

Os animais já desembarcaram no Brasil, realizando sua primeira parada em Recife, para repatriação. Nesta segunda-feira (26/02), o avião prosseguiu para o Rio de Janeiro (RJ), onde os micos-leões-dourados foram desembarcados, e em seguida viajaram para São Paulo (SP), com as araras-zuis-de-lear. As superintendências do Ibama de Pernambuco, de São Paulo e Rio de Janeiro atuaram ativamente durante todo o processo, garantindo a segurança e bem-estar dos animais silvestres.

[Link]Um dos 17 micos-leões-douradosOs animais foram localizados no dia 13 de fevereiro, em Lomé, capital do país africano, em um veleiro de bandeira brasileira. Na ocasião, quatro homens foram presos pelas autoridades locais: um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês, logo após a embarcação apresentar problemas na costa africana e ser abordada por policiais locais. A prisão em flagrante dos criminosos ocorreu por estarem na posse de animais protegidos pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual o Togo é signatário.

O Ibama, logo após receber comunicação oficial do caso, encaminhou dois servidores, sendo a veterinária Juliana Junqueira e o analista ambiental João Pedro Guerra, no dia 18 de fevereiro, a fim de assegurar a sobrevivência dos animais. Os dois servidores viajaram em voo comercial e levaram na bagagem 30 kg de mantimentos (ração e sementes) e medicamentos.

Ao chegarem ao país, os servidores do Ibama encontraram as araras estressadas e assustadas, mas com saúde bem diante da situação. Os primatas estavam com a saúde mais afetada, sendo que seis deles apresentavam quadro de saúde muito ruim. Os micos foram encontrados cobertos de óleo de motor (há e suspeita de que as gaiolas tenham ficado perto do motor do barco), desnutridos, com sarna e outras doenças de pele e bem gripados.

Todos os animais foram levados para a casa do Embaixador do Brasil no Togo, Nei Futuro Bitencourt. Na residência, os dois servidores do Ibama improvisaram uma UTI veterinária para salvar os micos-leões-dourados. A cada duas horas era preciso alimentá-los para não morrerem devido ao quadro grave de desnutrição e saúde.

[Link]Veterinárias do Ibama: Juliana Junqueira e Marília da Gama. E os Analistas Ambientais: Jailton Dias e João Pedro.

"A nossa maior preocupação era correr contra o tempo para salvar as aves e os micos brasileiros. Já havíamos recebido a informação de que três micos-leões-dourados já estavam mortos, encontrados ainda na embarcação dos criminosos pela polícia marítima do Togo. Então, resolvemos enviar veterinários do Ibama antes mesmo de fechar a parceria com a Polícia Federal para trazer os animais. A nossa equipe de profissionais, que tem experiência no manejo de animais silvestres nos Cetas (Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres), tem conhecimento para atender os animais em qualquer situação de saúde ou emergência. O manejo e o cuidado veterinário que chegaram a tempo salvou todos. Os micos estavam muito doentes, e todos voltaram para o Brasil", afirma Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama.

No dia 22 de fevereiro uma aeronave da Polícia Federal partiu do Brasil levando dois servidores do Ibama, a veterinária Marília Nogueira da Gama e o analista ambiental Jailton Dias e equipe da PF para auxiliar nos trabalhos de recuperação e repatriação das espécies (a repatriação é de competência do Ibama).

Além disso, foram realizadas ações de polícia judiciária para auxiliar as investigações que já estavam em curso. O Ministério das Relações Exteriores contribuiu para a repatriação, inclusive albergando os animais na Embaixada do Brasil em Lomé até a retirada dos animais do território togolês.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) foram outros dois órgãos que colaboraram com os trabalhos.

Repatriação

A repatriação é um processo de devolução dos animais ao país onde são nativos. Após esse processo, os animais passarão por cuidados veterinários e reabilitação. Só após esse último é que equipe veterinária e outros profissionais responsáveis pela reabilitação poderão afirmar se as araras e os micos têm condições de voltarem a viver livres na natureza, lugar de onde nunca deveriam ter saído.

Assessoria de Comunicação do Ibama
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Categoria
Meio Ambiente e Clima