12/13/2024 | Press release | Distributed by Public on 12/13/2024 05:54
Especialista-referência em transformação digital, Arthur Igreja destaca que tecnologia será decisiva para a agropecuária, mas que olhar do ser humano continuará imprescindível
Autor do best-seller "Conveniência é o nome do negócio", o especialista-referência em transformação digital, Arthur Igreja, é taxativo: estamos no epicentro de uma revolução. Depois da popularização da internet e dos smartphones, o conceito de Inteligência Artificial (IA) vem modificando de forma radical o mundo tal qual conhecemos, das relações sociais aos fazeres profissionais. Mas, na avaliação dele, não é a tecnologia quem será o fio condutor das inovações, mas os seres humanos - principalmente para o setor agropecuário.
"O futuro do agronegócio não está nos robôs, está nas pessoas", resume Igreja, em palestra proferida no encerramento do Encontro Estadual de Líderes Rurais, promovido pelo Sistema FAEP.
O especialista começou sua apresentação evidenciando que os desafios de conexão do passado foram superados. Com o surgimento de soluções tecnológicas - como as antenas da Starlink, por exemplo - praticamente todo o globo está conectado. Tudo isso tem gerado uma série de impactos nas mais diversas atividades, inclusive no campo.
Igreja, no entanto, faz questão de tirar o véu de romantismo que costuma envolver o tema. Na avaliação dele, "nem sempre o auge é a tecnologia". Ele mencionou o exemplo do Apple Vision Pro, um dispositivo de realidade aumentada lançado em fevereiro de 2024 pela Apple. Além de fazer entrevistas com uma centena de usuários, Igreja também testou o aparelho. Constatou que, tecnologicamente, a ferramenta era incrível. Mas previu que o aparelho seria um fracasso - e ele estava certo.
"Não tinha chance de ser um fracasso. Era uma ferramenta incrível, mas qual o problema que ela resolve? Que resultado me entrega? É esse tipo de raciocínio que temos que ter em relação à tecnologia", diz.
Em seguida, apontou que o campo tem sido "o celeiro da tecnologia" - ou seja, uma das atividades econômicas que mais tem se utilizado de tecnologias digitais e de dados gerados a partir dessas novas soluções. Ele enumerou que softwares de administração e de análise de dados já são uma tônica em propriedades rurais, ajudando os produtores a tomarem decisões.
"O campo se digitalizou e se profissionalizou. As fazendas vão gerar mais dados digitais que uma cidade. Nós ainda não temos carros voando, por exemplo, mas temos tratores autônomos", diz Arthur Igreja.
Igreja também eu ênfase à Inteligência Artificial, destacando que "tem muita coisa boa, mas também uma série de exageros". Ele mencionou um exemplo hipotético em que uma pessoa recorre ao ChatGPT para escrever um e-mail para uma pessoa, que, por sua vez, utiliza a mesma ferramenta para resumir a mensagem. Por fim, esse mesmo destinatário, também usa o ChatGPT para responder o e-mail.
"As pessoas estão se achando espertas, mas o que está acontecendo é que estamos brincando de telefone sem fio, com dois papagaios eletrônicos - o ChatGPT - de intermediário", disse.
Apesar disso, Igreja não tem dúvidas de que a IA vai provocar uma nova revolução tecnológica. Ele cita o caso da indústria farmacêutica, que demora, em média, 11 anos para desenvolver uma nova molécula, por meio de pesquisas. Recentemente, no entanto, esse processo foi acelerado, a partir do uso de Inteligência Artificial. "Com IA, fizeram em 28 dias", conta, entusiasmado.
Nesse contexto, Igreja defende que as maiores e melhores oportunidades se concentrarão no setor agropecuário. Na avaliação dele, esse movimento já está em curso. Se antes, os produtores rurais sonhavam que seus filhos se formassem e seguissem outras carreiras na cidade, agora está havendo uma trajetória reversa. Por isso, ele reforça que o foco são as pessoas.
"Agora, estamos vendo outra onda. As pessoas estão vindo para o agronegócio. As oportunidades estão dentro do agronegócio", aponta. "A essência desse futuro não está na tecnologia. Passa por sucessão, pelas novas gerações e por líderes que entendem que as melhores oportunidades estão nas pessoas", conclui.
Composto por jornalistas e diagramadores, o Departamento de Comunicação do Sistema FAEP desenvolve a divulgação das ações da entidade. Entre suas tarefas, uma é o relacionamento com a imprensa, incluindo a do setor agropecuário e também os veículos