Presidency of the Portuguese Republic

11/15/2024 | Press release | Distributed by Public on 11/16/2024 00:54

Intervenção do Presidente da República na Sessão Plenária da XXIX Cimeira Ibero-Americana

"Hermano Presidente Daniel Noboa Azín,

Muchísimas gracias por su presidencia Pro Tempore. Por esta Cumbre, por la acogida del pueblo también hermano de Ecuador, por el fascino caloroso de Cuenca.

Majestad, toda la solidaridad, amistad y admiración institucional y personal ante la dramática situación de calamidad vivida en España.

Solidaridad también con otros países Latinoamericanos, justificando una propuesta portuguesa de cooperación iberoamericana en el ámbito de la protección civil en caso de grandes calamidades vividas en el mundo iberoamericano, Cap de Govern de Andorra, Vicepresidentes, Cancilleres, Ministros, Secretario General, siempre activo, gracias por todo.

Observadores Asociados, Invitados, Amigas y Amigos,

Três reflexões, inspiradas nas palavras de ontem e de hoje: o mundo que muda; o mundo iberoamericano; "e agora?"

Em Português, a nossa segunda língua, falada por mais de 250 milhões dos 900 milhões que somos. E falada pelo país irmão que vai receber o G20 ainda esta semana.
Primeira reflexão.

O mundo que muda. Era bipolar até aos anos 80. Tentou ser unipolar até ao final do século XX. Depois, procurou o multipolarismo e o multilateralismo.

As crises financeiras, económicas e sociais. A pandemia. As guerras ainda mais globais que provocaram a crise do multilateralismo.

Em 2016, no polo global mais forte, começou a ficar visível essa crise. Com novas lideranças, novos estilos, novas comunicações, o fim das antigas lideranças e das memórias do século XX.

Com a pandemia, as guerras mais globais, aumentou a luta por nova balança de poderes, o egoísmo, o confronto radical. E sofreu o multilateralismo.

Estamos nesse momento de fim de ciclo e de entrada num novo ciclo. Como entre um pôr de sol a terminar e uma aurora que vai nascer. Sem conhecermos o que sucederá.
As últimas semanas confirmaram a mudança. Não disseram para onde.

Segunda reflexão - O mundo ibero-americano, o nosso mundo.

Ele existe, como vimos ontem, na música, na língua, nas culturas, nas cumplicidades, nos encontros, na solidariedade social, na luta contra as desigualdades e os descapacitados, na economia, nas empresas, na irmandade das gentes, nos abraços das Cuencanas e dos Cuencanos.

Ele organizou-se politicamente a partir de 1991, quando o multilateralismo subia no mundo e a Ibero-América percebeu que tinha de unir-se para ser mais forte. Depois das ditaduras militares dos anos 60, 70 e 80, e das ditaduras da Ibéria, paralelas às ditaduras da América Latina.

Trinta anos caminhou a Ibero-América dos políticos para as pessoas, para a realidade cultural, para a realidade económica, para a realidade social.

Respeitando as diferenças, valorizando as convergências. Caminho difícil, mas com sucesso.

Terceira reflexão - E hoje? Hoje que fazer?

Perder o ganho de trinta anos? Deixar que os egoísmos, os conflitos bilaterais, os desencontros de cada momento matem os encontros de sempre, as conquistas de hoje e o potencial de amanhã?

Num mundo global, que procura novos equilíbrios, a Ibero-América, que dialoga com todos, que é plataforma com todos, pode renunciar a ter um papel nesse futuro?

Solidários somos fortes. Egoístas somos fracos.

Diferentes somos fortes. Divididos somos fracos.

Novecentos milhões juntos somos fortes. Cem mais oitenta, mais cinquenta, mais quarenta, mais vinte, mais onze - somos fracos.

Agora é preciso que façamos o caminho mais rico ainda do que o dos últimos trinta anos.

Nos últimos trina anos caminhámos da vontade política para a realidade popular, para a realidade social. Agora temos de caminhar mais longe na realidade social e ao mesmo tempo caminhar da realidade social para a vontade política.

E nós, políticos, temos de perceber. Estamos a começar um novo ciclo em que estarmos ausentes é perdermos sempre. É perdermos uma oportunidade que pode ser irreversível.

Ninguém esperará por nós. Ninguém nos ouvirá se atuarmos isolados.

Amigos,

Hoy, em Cuenca, empieza un nuevo ciclo, que tendrá el camino para la próxima Cumbre en España con la confirmación de nuestra voluntad, de la voluntad de la Iberoamérica.

¿Queremos hacer este camino?

Si, queremos.

¿Queremos no perder lo que hemos hecho años y años?

Si, queremos.

¿Queremos tener una voz una en la diversidad, pero una y solidaria?

Si, queremos.

¿Queremos no sacrificar una visión global, de desarrollo sostenible, justicia social, paz para nosotros y los otros, a la gloria efémera de una ilusión pasajera y inconsecuente?

Si, queremos, lo creo.

Nadie renuncia al largo plazo en homenaje al fuego fatuo del corto plazo.

Estimado Hermano Presidente Daniel Noboa Azín,

Gracias por esta Cumbre.

Gracias a todos los veintidós países, a sus Jefes de Estado y de Gobierno, y sobre todo a sus pueblos.

Isto é a voz de uma pátria, de uma população no seu território de só onze milhões de pessoas.

Mas grande na comunidade que fala português.

Grande na sua diáspora.

Grande na sua alma universal.

Muito obrigado.

Muchas gracias."