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12/09/2024 | Press release | Distributed by Public on 12/09/2024 15:12

Saúde intensifica ações em Roraima para enfrentar impactos da seca e estiagem

Notícias

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Saúde intensifica ações em Roraima para enfrentar impactos da seca e estiagem

Equipe técnica visita municípios para avaliar impactos da crise climática, orientar a população e propor soluções para a saúde pública

Com o rio Branco em déficit hídrico e os efeitos da seca já visíveis, Roraima se prepara para um período crítico de estiagem. Para evitar que a crise climática agrave a saúde da população, o Ministério da Saúde enviou técnicos ao estado para desenvolver, em parceria com autoridades locais, estratégias de enfrentamento às doenças causadas pela seca, estiagem e queimadas.

A missão é uma iniciativa da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde e passou pelos municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim e Pacaraima.

Alto Alegre e Pacaraima estão entre os 11 municípios do estado que tiveram o decreto de emergência devido a seca e estiagem reconhecido pelo Governo Federal. "Com Roraima, a equipe da Sala conclui a visita para diagnosticar os estados do Norte em relação às mudanças climáticas. No decorrer da semana conhecemos a realidade da população para criarmos estratégias, em conjunto, para um enfrentamento mais eficaz devido aos efeitos da seca", ressaltou o ponto focal do Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres, Vigidesastres, Lucas Fonseca.

No final do ano passado, Roraima passou a integrar o Monitor de Secas em meio à forte seca que atingiu a região Norte do país.

Um dos efeitos provocados pela seca é o aumento do número de focos de calor. No 1º trimestre de 2024, Roraima foi o estado com o maior percentual de focos de incêndio no país, totalizando 40%. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram pouco mais de 4 mil queimadas detectadas na região. O recorde de focos foi registrado em 2019, 4.7 mil.

Quando há escassez da falta de água, a população indígena sente o impacto mais fortemente, pois depende dos rios para se locomover e da chuva para colheita dos alimentos. Roraima possui a maior concentração de indígenas em relação ao total da população estadual, cerca de 80 mil indígenas vivem no estado. Dos 37.2 mil indígenas do Distrito Sanitário Indígena (Dsei) Leste de Roraima, 16.5 mil foram afetados pela crise hídrica.

Para a técnica da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), Priscylla Alves, a presença da equipe no território tem como objetivo "garantir o acesso da população - que está mais distante dos centros urbanos - à saúde e entender como a crise climática agrava as iniquidades existentes para poder qualificar o serviço e aprimorar a resposta".

O Dsei Yanomami alerta que 346 indígenas estão voltando a ser impactados devido ao nível baixo do rio, a equipe de saúde para chegar nas aldeias começam a enfrentar percursos mais complicados, atrasando o tempo de atendimento. No começo do ano, a terra indígena também sofreu com as queimadas.

Com a estiagem, a população começa a estocar água em reservatórios e o mal armazenamento pode gerar alguns problemas, como dengue e doenças diarreicas agudas. Por isso, a equipe foca na educação em saúde ensinando a forma correta para estocar e consumir água. O uso do hipoclorito de sódio é uma das medidas disponibilizadas pelos agentes de saúde para tornar a água própria para consumo.

Alto Alegre

Alto Alegre é o 4º município roraimense com o maior número de indígenas. Segundo o Dsei Yanomami, são 160 aldeias com mais de 11.5 mil indígenas que passaram a ter dificuldades no acesso à saúde no período mais severo, quando o município estava com decreto de emergência vigente.

A principal forma de captação de água pela população rural e indígena é por poço, por isso se faz necessário a recomendação da utilização do hipoclorito de sódio.

Boa Vista

Devido ao aumento no número de incêndios florestais que atingiram a capital do estado, Boa Vista, no dia 24 de março de 2024, a concentração de material particulado fino chegou a 399,2 μg/m³ maior que São Paulo e Hanói (Vietnã) - cidades consideradas como altamente poluídas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O recomendado pelas diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (15 μg/m³).

Durante a visita, a Secretaria de Saúde de Boa Vista apresentou o Plano Integrado de Ação da Vigilância em Saúde relacionado aos Desastres Naturais de Estiagem, que foi discutido possíveis melhorias com a equipe da Sala.

Bonfim

Em Bonfim, a secretaria municipal de saúde apresentou o Plano de Contingência Municipal para Resposta a Seca e Estiagem em Emergências em Saúde Pública, que está em processo de finalização. Durante o último período de seca, o município apresentou um aumento de doenças respiratórias e hídricas.

No município, a equipe visitou as Unidades Básicas de Saúde e as Unidades Básicas de Saúde Indígena. Além de orientar a população em relação ao consumo e estoque de água.

Pacaraima

Pacaraima é um dos 11 municípios que tiveram decretos de emergência por conta da seca. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, nos momentos de mudanças climáticas, como seca e queimadas, o município tem um aumento no número de atendimento nas unidades de saúde.

"Queremos muito o apoio do Ministério da Saúde nessas emergências climáticas, que vem afetando Pacaraima. Esse ano tivemos seca severa, chuvas intensas e queimadas. Essa visita é importante para procurarmos medidas para mitigar os danos", destacou o secretário municipal, Simeão Peixoto.

João Vitor Moura
Ministério da Saúde

Categoria
Saúde e Vigilância Sanitária