09/06/2024 | Press release | Distributed by Public on 09/06/2024 10:09
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC), estudará o uso da inteligência artificial (IA) para o diagnóstico e o monitoramento de diversas condições de saúde. É o que indicampesquisadores que integram o projeto "Biomarcadores vocais e neurofisiológicos para predição, diagnóstico e monitoramento da saúde", previsto para iniciarosestudos em 2025.A pesquisa receberá investimentos de cerca de R$ 5 milhões do governo federal.
A iniciativa estudará a viabilidade de desenvolvimento de sensores com IAsque aprendam a identificar mudanças de padrão em marcadores biológicos, como avoz humana, paraindicar possíveis transtornos mentais ou neurodegenerativos, como esquizofrenia, depressão, Alzheimer, doença de Parkinsoneesclerose lateral amiotrófica (ELA).
De acordo com Leonardo Lopes, professor do Centro de Ciências da Saúde da UFPB, o investimento da União será destinado ao treinamento das equipes envolvidas e à aquisição de equipamentos de ponta. As tecnologias farão o mapeamento, em tempo real, do funcionamento do cérebro, dos músculose de outras estruturas corporais durante atividades diversas, como a fala, a interação social e o desempenho motor.
Em seguida, com os dados coletados por esses equipamentos, será possível o desenvolvimento dos sistemas de inteligência artificial e dos sensores nos quais a IA será embarcada, para monitorar a evolução dessas doenças de maneira não invasiva e contínua.
"Alunos e professores vão precisar ser treinados para usar os equipamentose para aprenderem a interpretar os dados que essa tecnologia gera. São equipamentos que permitem ver dados comportamentais-ou seja, aqueles que a gente vê a olho nu, como o comportamento, a interação, a linguagem, a comunicação -, mas ver também o que está acontecendo em termos neurofisiológicos. Com essa interação, o pesquisador vai ter dados muito mais robustos para desenvolver seus estudos", explicou Lopes, líder do Laboratório Integrado de Estudos da Voz da UFPB, uma das unidades participantes.
Segundo o docente, a detecção precoce de condições mentais e neurodegenerativas apenas pela análise da voz se deve à complexidadeda fala humana. Assim, para ser produzida, a voz se liga a outras estruturas do corpo e a áreas do cérebro, de modo quequalqueralteraçãonesses pontos pode afetá-la, ainda que sutilmente. Geralmente, essas pequenas mudanças são imperceptíveis ao ouvido humano, mas conseguem ser reconhecidas porIA.
"A equipe da saúde vai agir, por exemplo, na recepção, no diagnóstico, na coleta dos sinais eletrofisiológicos dos pacientes e voluntários. Já os profissionais da computação e de estatísticacolaborarão para criar e aperfeiçoar, com retroalimentação, a inteligência artificial, a partir dos dados extraídos. Depois que isso vira um conhecimento, é necessário implantar a tecnologia em um sensor, eaíentra a equipe da engenharia de materiais, pois esse sensor precisa ser feito do melhor material possível para cumprir sua função", explicouLopes.
A expectativa é que os futuros sensores possam ser comercializados a um custo acessível, oferecendosoluçõespara o monitoramento da saúde, com impactos na otimização de recursos humanos e financeiros da área. "No futuro, os produtos desenvolvidos [...] e os resultados da pesquisa poderão ser usados não só para diagnosticar condições como autismo, Alzheimer e depressão, mas também para verificar pacientes em situações críticas. Por exemplo, a intensidade de dor de um paciente poderá ser monitorada por uma inteligência artificial, otimizando as visitas das equipes de enfermagem aos leitos, o que vai permitir a utilização dos recursos humanos e financeiros da melhor forma possível", concluiuo professor.
Este conteúdo é uma produção da UFPB, com apoio da Secretaria de Educação Superior(Sesu)do MEC