CAF - Corporación Andina de Fomento

09/20/2024 | Press release | Distributed by Public on 09/20/2024 14:54

O que está em jogo para a América Latina e o Caribe na COP16 de Cali

Em um momento em que o planeta enfrenta os maiores desafios ambientais de sua história, provocados pelo modelo econômico vigente, a COP16 de Biodiversidade será o cenário ideal para que a América Latina e o Caribe reafirmem seu papel como região de soluções e elevem suas vozes no debate global sobre o problema da perda acelerada de biodiversidade. Com uma visão que leva em consideração as pessoas e comunidades, cuja sobrevivência está intimamente ligada a ecossistemas únicos e ameaçados, as medidas para preservar a biodiversidade da região têm o potencial de se tornarem um exemplo global e de avançar para uma convivência harmoniosa e respeitosa com a natureza.


Todos os países da região ratificaram a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), um acordo de 1993 que visa a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a justiça no uso de recursos genéticos, mas poucos apresentaram planos de ação para avançar na proteção da diversidade biológica até 2030. Esses planos foram um dos grandes marcos históricos alcançados na COP15 de Kunming-Montreal, em 2022, onde se estabeleceram 23 metas-chave para deter e reverter a perda de biodiversidade até 2030 e quatro objetivos para alcançar uma biodiversidade positiva até 2050, garantindo um planeta saudável e benefícios essenciais às pessoas.


Em Cali, serão revisados os avanços desses planos de ação, e serão abordados dois aspectos de grande importância para a região mais diversa do planeta: o estabelecimento de um marco justo e equitativo de acesso aos benefícios dos recursos genéticos e a criação de um novo quadro de acompanhamento da mobilização comprometida de US$ 200 bilhões até 2030.


A COP16 também deve agrupar iniciativas que permitam conservar e utilizar de forma sustentável a biodiversidade, por meio de instrumentos financeiros inovadores, como a troca de dívida por natureza, a emissão de títulos verdes e certificados de biodiversidade. Espera-se ainda uma participação muito ativa do setor privado e da filantropia, que têm dedicado crescente atenção aos ecossistemas e aos riscos decorrentes da perda de biodiversidade. Um tema que receberá atenção especial é o papel fundamental das comunidades locais e povos indígenas, promovendo fórmulas para incluir saberes ancestrais nas agendas climáticas, de sustentabilidade e biodiversidade. Em todos esses pontos, a voz da América Latina e do Caribe será crucial.
O papel de destaque da região se deve, especialmente, à sua rica biodiversidade: abriga 60% da biodiversidade global e seis de seus países (Brasil, Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela) são catalogados como megadiversos. Esses números também fazem da biodiversidade um fator de integração regional, sendo a conectividade dos ecossistemas um elemento-chave para sua conservação e uma ferramenta importante para posicionar a América Latina e o Caribe nas discussões globais sobre sustentabilidade.
Os ecossistemas estratégicos da América Latina e do Caribe são essenciais para
manter o equilíbrio ambiental do planeta. Abrangem todo o território, estão
interconectados entre si e com outros ecossistemas hemisféricos e proporcionam serviços fundamentais para garantir os meios de subsistência das populações locais.
Entre esses ecossistemas, destacam-se os páramos, a Patagônia, o Caribe, as
florestas de Tumbes no Chocó e Magdalena, a Mata Atlântica, o corredor biológico mesoamericano, os manguezais, a Amazônia, a Corrente de Humboldt, o Grande Chaco e o Pantanal, entre outros. Por isso, a COP16 será um momento histórico para incluir novas narrativas no debate global sobre biodiversidade.

CAF na COP16

Com o Pavilhão da América Latina e do Caribe, o CAF levará à COP16 a voz da
região para destacar seu papel de liderança na preservação da biodiversidade global.
O CAF pretende gerar debates sobre o valor dos ecossistemas estratégicos, a
importância de trabalhar com a economia azul e o papel da ciência e dos jovens, além da necessidade de implementar sistemas de financiamento inovadores, ou de valorizar as comunidades e territórios na linha de frente da preservação da biodiversidade.
O CAF abordará a perda de biodiversidade e a utilização dos recursos financeiros com uma nova perspectiva, que coloca as comunidades que mantêm relações diretas com o ambiente natural no centro do processo de tomada de decisões, reconhecendo-as como as mais bem posicionadas para desenhar ações que conduzam à regeneração dos ecossistemas de forma coerente com o contexto social e ambiental.